摘要:Aborda-se, neste artigo, a Linguística Histórica na perspectiva dos estudos contemporâneos. São desencadeadores desse tema dois artigos e um livro de Rosa Virgínia Mattos e Silva, para quem se presta homenagem. Tem-se, como objetivo, verificar o que Mattos e Silva apresenta sobre a linguística histórica e, a partir daí, numa perspectiva histórica sócio-histórica, contemplar um autor do século XVIII, Luís dos Santos Vilhena, e sua obra, o Livro1 de cartas dirigidas a D. João, príncipe de Portugal. A partir dessas cartas, num recorte, se procede a um estudo variacionista do uso dos clíticos, para se identificar que padrão gramatical escrito apresenta Vilhena, se do português clássico, do português moderno, ou do nascente português brasileiro. Seguindo o que apresenta Mattos e Silva, da complementaridade de teorias, nessa contemporaneidade, se alia o estudo teórico de Galves (2007), sobre a periodização do português, em que se toma a Língua-I, a gramática, e não a Língua-E, possibilitando verificar a competição de gramáticas, e o estudo de Galves e Lobo (2009) sobre os clíticos, a uma análise variacionista. A conclusão a que se chega é que a gramática escrita dos clíticos de Vilhena evidencia o português clássico, predominante nos séculos XVI e XVII. Para essa conclusão, concorreram os aspectos levantados sobre o autor e sua obra, e os aspectos estruturais estudados. Sobre o uso proclítico, esse é o que vai predominar, tempos depois, na gramática do português brasileiro, passada a fase mais enclítica do oitocentos.