摘要:O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, no diagnóstico do presente construído ao longo de sua obra, analisou a passagem da sociedade de produtores para um modelo de relações sociais pautada pela lógica do consumo. Em tal configuração, o consumo passa a ser o principal crivo que serve de princípio valorativo para as instituições e relações sociais de nosso tempo difundindo elementos como o individualismo, a efemeridade e o custo-benefício para diferentes campos que incluem a educação. A partir dessa premissa, o presente artigo visa discutir os fundamentos formativos presentes na Base Nacional Curricular Curricular (BNCC) para indicar de que modo tais elementos se materializam como projeto educativo no contexto brasileiro. Observou-se que o referido documento, ao pautar-se pelo conceito de competência, oferece segmento aos elementos já presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), ampliando a importância do desenvolvimento de traços individuais atrelados a exigências de um contexto de trabalho em constante modificação. Conclui-se que, nesse contexto, amplia-se a transformação do homem em mercadoria e minimiza-se o lugar do trabalho, que visto enquanto sinônimo de emprego e renda, perde seu espaço enquanto princípio educativo.