期刊名称:Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade
印刷版ISSN:1809-5909
电子版ISSN:2179-7994
出版年度:2021
卷号:16
期号:43
DOI:10.5712/rbmfc16(43)2470
语种:Portuguese
出版社:Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)
摘要:Introdução: Evidências atuais apontam para desiquilíbrio entre os benefícios e danos com a prática do rastreamento do câncer de próstata, podendo provocar consideráveis riscos à saúde dos homens. Tal afirmativa fundamentou a recomendação do Ministério da Saúde sobre não estimular a realização dessa prática e a necessidade de discutir todas as implicações desses exames quando o homem solicitar sua realização. Objetivo: Analisar a percepção e experiências de homens e médicos/as sobre a tomada de decisão compartilhada para o rastreamento do câncer de próstata no Brasil. Método: Foi realizado um estudo qualitativo e exploratório, a partir de um grupo focal com homens na maturidade da idade (média: 51 anos) e entrevistas semiestruturadas com médicos/as de unidades básicas de saúde, de diferentes estados do Brasil. Abordagem analítica qualitativa, cujos dados foram categorizados pela análise de conteúdo. Resultados: Identificou-se desconhecimento dos homens sobre os possíveis danos relacionados ao rastreamento desse câncer, além de barreiras de cunho pessoal, cultural e na organização do processo de trabalho, que demonstraram dificultar à comunicação clínica durante a consulta na atenção primária à saúde (APS). De outra parte, os homens referem desejo de maior participação nas escolhas sobre sua saúde, mencionando a internet como uma ferramenta frequentemente utilizada para diminuir a disparidade de conhecimento na relação clínica. Os achados também apresentam estratégias utilizadas pelos médicos/as, como recursos gráficos e ferramentas de comunicação, que ajudam a incluir diferentes perfis de homens na tomada de decisão. Conclusão: A investigação demonstrou que, embora haja avanços em relação ao debate de possíveis implicações danosas do rastreamento do câncer de próstata e exemplos de abordagens inclusivas, essa prática ainda não está consolidada no Brasil, revelando a necessidade de incentivar a participação do homem nas decisões que influenciam diretamente sua qualidade de vida e bem-estar. Dessa forma, há a necessidade de investir em estratégias que facilitem a comunicação médico/paciente e ampliem o debate sobre as possíveis implicações do rastreamento entre os profissionais inseridos na APS e na população.