摘要:Com este artigo, buscamos discutir a relação entre mobilidade do trabalho e escolarização a partir de uma análise do processo de modernização em comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais, Brasil) e de levantamentos realizados entre os anos de 2004 e 2014, para estudos e reflexões conduzidos no período (LEITE, 2010, 2015). No que diz respeito ao momento contemporâneo, notaremos o amplo processo de escolarização experimentado pelos jovens do campo e como isso implica processos migratórios, ainda que temporários ou pendulares, mudando a relação entre reprodução familiar e emprego na terra. A partir de uma leitura histórica e com uma extrapolação da discussão sobre a migração para o problema conceitual da mobilidade do trabalho, ademais, encontraremos a escolarização como momento de um processo de autonomização não apenas entre terra e trabalho, como no caso daqueles filhos de camponeses que se escolarizam e podem mobilizar sua força de trabalho independentemente da terra que possuíam, mas também, antes ainda, entre terra, capital e Estado. Nesse momento esteve também a escolarização no centro de um processo de suplantação da antiga iniciativa privada, com a espada nas mãos, por filhos ilustrados que se tornariam proprietários rurais rentistas e absenteístas e urbanizariam seus hábitos, formando a tecnocracia que permitiria a efetiva institucionalização do Estado no Brasil. Para conclusão do percurso, retornamos ao momento contemporâneo, então conceitualmente interpretado como desdobramento crítico daquele processo de autonomização, para situar os horizontes enfrentados pela escolarização diante da mobilidade do trabalho, hoje em crise.