摘要:O presente texto aborda a escolarização de crianças e adolescentes com graves problemas de desenvolvimento ou constituindo uma estruturação atípica, seja ela o autismo ou a psicose. Neste vasto e complexo campo, o recorte privilegiado aproxima psicanálise freudo-lacaniana, hermenêutica-filosófica, educação especial e processos inclusivos. Mais especificamente, reflete-se sobre o lugar do diagnóstico na construção das (im)possibilidades escolares, a partir da análise dos últimos 28 anos de produção científico-acadêmica sobre o tema. A proposição é a de que existe uma centralidade do diagnóstico na condução dos percursos educacionais desses sujeitos. Freqüentemente, o diagnóstico é identificado como o ato de desvelar e/ou decodificar. Em outra perspectiva, defende-se que a relação diagnóstico-escolarização implica a construção de uma leitura, a invenção de possibilidades. Não sendo possível determinar a veracidade das diversas teorias, o processo de escolarização inclui em não-saber constitutivo. Como não há um percurso pré-estabelecido, garantido e antecipado pelo diagnóstico, o professor e a escola responsabilizam-se por suas escolhas, visando à experiência escolar de seu aluno. Daí a base de sua conduta ser ética, em lugar de um método ou técnica. Como metáfora do trabalho interpretativo, apresento a imagem de uma biblioteca que se constrói, oferece, escreve e inscreve a partir do encontro entre texto e leitor. Colocar a biblioteca como espaço privilegiado desta argumentação implica tomar como centro de discussão a linguagem e a leitura. Trata-se de um deslocamento do foco de atenção do sujeito com autismo, com psicose, para o professor, o outro, que lê, interpreta e constrói (im)possibilidades escolares.
其他摘要:This text addresses the schooling of children and adolescents with serious developmental impairment or with atypical structuring, such as autism or psychosis. That field is vast and complex, the perspective adopted builds on Freud-lacanian psychoanalysis, philosophical-hermeneutics, special education and inclusive processes. Specifically, a reflection is posed on the place the diagnosis has in the construction of (im)possibilities within school based on the analysis of academic and scientific production on the issue for the past 28 years. The proposition is that diagnosis in central in the establishment of educational pathways for such subjects. Diagnosis is often identified as an act of unveiling and/or decoding. From another perspective, it is defended that the relationship diagnosis-schooling implies the construction of a reading, the invention of possibilities. As it is not possible to determine the veracity of diverse theories, a schooling process includes constitutive unknowing. As there is no path pre-established guaranteed and anticipated bythe diagnosis, teachers and school are responsible for their choices aiming their students school experience. Thus, the basis of their action is ethics, not a method or technique. As a metaphor of the interpretative work. I present the image of a library that is constructed, offers, inscribes and subscribes to the meeting between text and reader. Placing the library as a privileged space of such argumentation implies in taking language and reading as the center of discussions. It is a displacement of the focus of attention of the subject with autism or psychosis to the teacher, the other, who reads, interprets and builds schooling (in)possibilities.