摘要:O aparecimento da imprensa de tipos móveis, em meados do século XV, representa uma segunda crise de controlo do programa, isto é, do desejo humano de prever e até determinar o futuro. A primeira cisão terá ocorrido aquando da invenção da própria escrita, com tudo o que envolve um afastamento da oralidade. Confrontamos duas correntes de pensamento sobre as repercussões da introdução do mecanismo de impressão em série por Gutenberg. Eisenstein, Grafton e Chartier apontam o livro impresso como herdeiro do manuscrito, alegando a reduzida tiragem inicial e a parca variedade de títulos num primeiro momento da impressão. Por seu turno, Derrida, Leroi-Gourham e Stiegler vêm sublinhar mudanças mais radicais que ainda agora se fazem sentir, como o aumento exponencial da capacidade de retenção da memória.